sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nota da rede pública sobe 11 pontos no Enem de 2009 para 2010



De 2009 para 2010, a nota dos alunos de escola pública no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cresceu 11 pontos. A variação positiva no mesmo período entre os estudantes dos colégios particulares foi 6 pontos, encurtando um pouco a distância entre as duas redes. Os números são resultados de mais uma análise das notas do Enem de 2010 feitas pelo Ministério da Educação (MEC), que até a semana passada tinha divulgado apenas as médias individuais de cada escola.
No ano passado, 221 mil alunos da rede privada fizeram a prova e a média alcançada por eles foi 585,84 pontos ¿ considerando apenas as provas objetivas. O contingente de estudantes das escolas públicas que participaram do Enem foi mais do que o triplo (790 mil) e a média foi 490,28 pontos - uma diferença de 95 pontos no desempenho das duas redes.
Para o MEC, o Enem não é o melhor instrumento para avaliar a qualidade do ensino oferecido pelas escolas já que a participação dos alunos na prova é voluntária. Além disso, não mede alguns fatores importantes que têm impacto nesse resultado, como a diferença entre as condições socioeconômicas dos dois grupos, a escolaridade dos pais e o investimento feito por aluno, que é bastante superior na rede privada. A medida mais correta, segundo a pasta, é a comparação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado no ano passado, que é feito por amostragem. A rede pública alcançou 3,4 pontos no último Ideb contra 5,6 da particular.
O ministério destaca que, comparando os melhores alunos da escola pública com o total de alunos da rede privada, a diferença entre os dois públicos ficou em apenas 7 pontos em 2010, contra 10 pontos em 2009. A média dos 221 mil melhores alunos das escolas públicas foi 578,21 pontos, contra 585,84 do total dos colégios particulares.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, os números mostram que a "elite" da escola pública tem condições de competir pelas vagas das universidades públicas no mesmo patamar da rede privada. "Isso é importante para sabermos se temos um exército na rede pública em condições competitivas." Usando as notas obtidas no Enem, o estudante pode pleitear uma vaga em universidades públicas que aderiram ao Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Na última edição foram 83 instituições de ensino participantes.

Professora gaúcha cria histórias para cada letra do alfabeto



Desde que começou a lecionar, há 30 anos, a professora Maria Bernadete Souza da Silva usa a literatura como recurso para desenvolver o aprendizado da leitura e da escrita entre os alunos. Ao observar o gosto das crianças pelas histórias e o fato de que elas já conheciam quase todas, a educadora resolveu inovar nas narrativas.
A cada ano, com base em cada letra do alfabeto, ela modifica as histórias, inventa outras ou acrescenta fatos, de acordo com o interesse da turma.
“É uma prática que tem dado certo, pois as crianças associam as letras às histórias que ouvem; a alfabetização acontece naturalmente”, explica Maria Bernadete, que leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental David Canabarro, em Canoas (RS), na região metropolitana de Porto Alegre.
Formada em pedagogia, a professora explica que as aulas são organizadas como se fossem um grande livro de histórias, contadas uma a uma. “Dessa forma, os alunos sentem necessidade de saber qual será a próxima, pois são despertados neles a curiosidade e o prazer pela leitura”, ressalta.
Outro recurso usado é a dramatização. “Como conto histórias dramatizando cada passagem, acabo por transformar a aula em um grande teatro”, destaca Maria Bernadete. “A cada hora, um aluno tem a possibilidade de ser o protagonista de uma história.”
Esses recursos, salienta a professora, são os melhores para a obtenção de um grande número de alunos alfabetizados no fim de um ano letivo. Por meio deles, Maria Bernadete sempre conseguiu bons resultados. Ela enfatiza, no entanto, que o mais importante é a alegria e o prazer que as crianças demonstram em estar na escola. Os estudantes evitam faltar às aulas para não perder a próxima história.
Coletânea
Quando os alunos começam a dominar a leitura, a ida à biblioteca e a retirada de livros fica mais frequente. “Sendo eu uma contadora de histórias, acabo por plantar neles também o gosto de ouvir e contar”, avalia a educadora. Para o fim do ano, ela prepara uma coletânea das melhores histórias da turma.
Com 700 alunos em classes do primeiro ao sexto ano do ensino fundamental, a escola Davi Canabarro tem cinco turmas de alfabetização. “Enquanto escola, temos muita preocupação com a alfabetização e o letramento”, salienta a diretora Sílvia Letícia de Senna.
“Contamos com profissionais que sempre buscam novidades e mostram disposição de usar o lúdico como ingrediente especial para o processo de construção da escrita e da leitura”, salienta a diretora. Sílvia é formada em pedagogia, com habilitação em supervisão escolar, e tem pós-graduação em informática educativa.
Cada professora da escola pode usar a metodologia que melhor domina e com a qual se sente mais à vontade. Segundo Sílvia, é possível observar diferenças nos resultados obtidos entre as diferentes turmas. Ela destaca as que adotam práticas lúdicas, com o uso de histórias.
“Percebe-se um número maior de alunos que alcançam a alfabetização e também o tempo menor dos estudantes para concluir essa trajetória.”


Fonte: Portal do MEC

É trágico mesmo! A longevidade das PROFESSORAS ... "O SEGREDO"

Achei uma graça. se também gostou repasse. kkkkkkkkkkkkkk






Um médico saiu pra caminhar e viu a velhinha da foto sentada num banco fumando um cigarrinho.
Se aproximou e perguntou:
"Se nota que é tão feliz.....qual é seu segredo??
Ela  respondeu: "Sou PROFESSORA, durmo às 3 da manhã corrigindo provas e planejando atividades, me levanto às 6 da manhã. Nos fins de semana não pratico nenhuma atividade física, não me divirto. Trabalho fazendo projetos, corrigindo mais provas, revisando exercicios ou atualizando meu blog!!! Todo final de semana,  sábado, domingo e se a segunda é feriado, também.
Não tomo café, não almoço e nem janto direito porque não dá tempo.

O doutor então exclamou:
- "Mas isso é extraordinário. Quantos anos a senhora tem??
- 39, lhe respondeu a velhinha!


--
Regiane  S. Cabral de Paiva
UERN- FALA/ DLE
(84) 8744 8485
(85) 8631 0774
regiane.latina@gmail.com
"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero."
Clarice Lispector.

Etapa final dos JERNS 2011 acontecem em outubro em Natal


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Mais de 12.000 atletas de 399 escolas estaduais, municipais, federais e particulares do Rio Grande do Norte estão inscritas para os 41º Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (JERNS).

A realização da fase final da competição em Natal está prevista para a segunda quinzena de outubro. Os JERNS movimentarão 28 modalidades esportivas, entre elas, basquete, futsal natação, voleibol, futebol de campo, handebol, ciclismo, atletismo, pesca e handebol de areia.

Participarão das disputas as equipes campeãs das modalidades coletivas e os atletas primeiros e segundo colocados nas competições individuais das regionais de Umarizal, Santa Cruz, Apodi, João Câmara, Pau dos Ferros, Macau, Currais Novos, Parnamirim, Caicó, Mossoró, Assu e Nova Cruz.

Os JERNS, considerada a maior competição esportiva estudantil do país, é uma promoção do Governo do Estado através da Coordenadoria de Desporto (Codesp) da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC).

Congressos Técnicos

Importante etapa preliminar dos JERNS, os congressos técnicos foram realizados pela Codesp entre 20 e 23 de setembro. Durante os congressos técnicos os coordenadores técnicos das equipes tomaram conhecimento do regulamento do certame e das tabelas de jogos do campeonato.

Cartões de confirmação do Enem começam a ser entregues



Os cartões de confirmação de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 começam a ser entregues aos 5,3 milhões de candidatos a partir desta semana. A operação de distribuição iniciou hoje (27) pelas cidades do interior e, na próxima semana, chegará às capitais, segundo informou os Correios.

O cartão de confirmação traz as informações sobre o local onde o candidato irá fazer a prova e os horários. O documento precisa ser, obrigatoriamente, apresentado no dia do exame. As provas serão aplicadas em 22 e 23 de outubro.

Segundo os Correios, a entrega dos cartões não será afetada pela greve dos funcionários porque, no caso do Enem, foi preparada uma “operação especial” com logística específica. Além dos cartões, os Correios são responsáveis pela distribuição das provas do Enem, com apoio das polícias estaduais e das Forças Armadas.
Postado por BLOG DA ESCOLA EEMAS às 07:06 0 comentários
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Justiça condena escola a indenizar estudante barrado por corte de cabelo "moicano" no Ceará

O Tribunal de Justiça do Ceará condenou o Colégio Ari de Sá Cavalcante, em Fortaleza, a pagar uma indenização por danos morais de R$ 3 mil a um aluno que teria sido impedido de entrar na escola por usar corte de cabelo no estilo "moicano". O colégio nega que o estilo do corte tenha sido o motivo da proibição do acesso.
A ação foi movida pela família do estudante, que ganhou ação em primeira instância, em 2009. O valor da indenização, porém, foi reduzido de R$ 10 mil para R$ 3 mil.
Os desembargadores da 7ª Câmara Cível entenderam, por unanimidade, que o estudante estava sendo repreendido pela coordenação do colégio por conta do corte de cabelo e que o fato se configurou dano moral. Para a Justiça, o caso “poderia ter sido resolvido pelo diálogo entre a família do menor e a escola.”
Segundo o relator do caso, Ernani Barreira Porto, há limites de normas pedagógicas adotadas pela escola em seu regimento interno. “O ente privado [colégio] pode emanar a forma como irá desempenhar a sua atividade-fim, regulamentando suas diretrizes para o seu adequado e regular funcionamento, dado o princípio da autonomia privada. Entretanto, tal regramento não é irrestrito e deve, com todo cuidado, ser ponderado”, disse, em sua decisão.
O desembargador ainda levou em conta quer o “princípio que está acima dos interesses da própria instituição educacional, que é a do melhor interesse do menor, já que sua atividade-fim também visa uma experiência pedagógica de altiva categoria.”
O UOL Educação entrou em contato com a direção do Colégio Ari de Sá, mas direção não foi encontrada durante todo o dia desta quinta-feira (29). Segundo a secretaria, a escola não vai comentar o assunto.

UOL

SAIBA MAIS SOBRE OS TRÊS RRR


REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR
Já deves ter ouvido falar na política dos três R’s, que não é nada mais nada menos que os procedimentos que devemos seguir relativamente à produção do lixo. Reduzir, Reutilizar e Reciclar, são estas as palavras de ordem.

REDUZIR

Diminuir o lixo que fazemos. Devemos começar por reduzir o número de embalagens que compramos diariamente. Este é o primeiro passo e o mais importante (o mesmo saco de plástico serve para várias idas ao supermercado, a mesma garrafa para refrescar água no frigorifíco).

REUTILIZAR

Utilizar várias vezes a mesma embalagem de diferentes formas, é voltar a usar uma embalagem já usada. É uma forma de reduzir os resíduos que produzimos para além de desenvolver a nossa criatividade (fazer caixinhas para colocares os lápis ou os clipes, brinquedos com latas de conserva). Está excluída a ideia de encheres frascos de champô com cola, a tua irmã pode enganar-se e o resultado não vai ser agradável, para ela!

RECICLAR

Transformar em útil o que se tornou inútil, ou então tornar o velho em novo. É transformar em algo novo aquilo que não pode ser reduzido nem reutilizado (papel reciclado). Era bom que se pudesses reciclar aquele automóvel velhote do teu pai numa super bomba, mas estamos a falar de reciclagem e não de magia!
Fonte: turma.sapo.pt

Saiba como ler e interpretar a prova de Inglês no Vestibular


Se você tem dificuldades, ou quer melhorar a interpretação de textos em Inglês para o Enem e vestibulares veja as dicas do professor Felipo Belini.
Por Felipo Belini, professor de Inglês do Cursinho da UFRN
Fazer uma prova, não importa o conteúdo, é um processo de leitura de códigos, escritos ounão, interpretação, relação dos conteúdos abordados e responder questões. Sendo assim, a primeira e grande dica para a prova de língua estrangeira, seja inglês, espanhol ou francês é fazer uma leitura atenta.
Neste processo de leitura devemos ficar atento á referência do texto. Qual a origem deste texto? Eu conheço esta revista? Este autor?
Após o estudo da referência vamos para o que está em destaque no texto: as imagens, os gráficos, o título, a chamada, palavras em negrito ou grifadas e outras partes em destaque no corpo de texto principal.
Uma vez que realizamos estes procedimentos, criamos expectativas e uma interpretação prévia á respeito do texto, o que gera objetividade e segurança quando partirmos para a leitura do texto.
O processo de tradução ocorre em comunhão com a leitura das partes em destaque e do  texto em si. Embora manifestemos nossas inteligências cognitivas de maneiras próprias, o que nos permite desenvolver diferentes métodos e dinâmicas para traduzir, eu sugiro a seguinte dinâmica de tradução:
1º Palavra por Palavra – Vamos traduzir todas as palavras que conhecemos. Essa leitura prática ocorre rapidamente.
2ª Palavras Chave – Agora vamos reler o parágrafo. Atentamente, vamos tentar identificar as palavras que na primeira etapa não reconhecemos. – Confie em seus instintos, quase 35% das palavras em inglês são verdadeiras cognatas, Mas é claro, nunca menospreze o estudo das listas de falsos cognatos.

3ª Polimento ou Interpretação e Resumo – Vamos interpretar o texto traduzido e resumir em uma ou duas orações o que foi tratado nas diferentes partes do texto (parágrafos, título, chamada, afins...).
Obs 1: Lembre-se que o texto deve ter sentido. Cada parágrafo coloca uma informação e conclui a mesma, então não espere palavras sem nexo. Sempre desconfie se o texto traduzido não fizer sentido.
Obs 2: As técnicas e dinâmicas próprias do inglês instrumental são afirmadas na prática, antes da prova, leia, traduza e interprete muitos textos, para assim afirmar suas habilidades e agilizar o processo.
Esteja informado e você terá vantagem sobre os outros candidatos. A prova de língua  estrangeira é embasada em textos e acontecimentos do cotidiano.Leia as questões e saiba o que procurar no texto.
As respostas sempre vão estar no texto
O processo de tradução não tem que ser exaustivo.
Em caso de questões objetivas, lembre-se, a resposta sempre está no texto.
No caso das questões discursivas, nunca tente enrolar o examinador, fale apenas o que está notexto.
Cuidado com a palavras citar e enumerar, neste caso, apenas devem ser mencionados os  elementos, separados por vírgulas.
Fonte: Diário de Natal

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SEEC realiza oficinas pedagógicas do PROLER

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Ler, entender e questionar são fundamentos necessários a formação do cidadão crítico, capaz de compreender o meio em que vive e de se tornar um empreendedor. A formação do aluno leitor é uma das práticas adotadas pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura com o objetivo de implantar, no Rio Grande do Norte, uma cultura de leitura que contribua para melhorar a qualidade da educação. 

Por meio do Programa Nacional de Incentivo a Leitura (PROLER), a SEEC realizou oficinas pedagógicas de incentivo a leitura durante a terceira edição da Feira do Livro do Seridó. As oficinas são ações desenvolvidas dentro da política de leitura, que tem a finalidade capacitar os educadores no sentido de incentivar a leitura e a escrita, por meio do acesso democrático aos bens culturais como materiais escritos e espaços de leitura.

As oficinas tiveram como público os gestores escolares, articuladores pedagógicos, coordenadores, professores, regentes de biblioteca e alunos das escolas da rede estadual de ensino, circunscritas a 7ª, 9ª e 10ª Diretorias Regionais de Educação sediadas, respectivamente, nas cidades de Santa Cruz, Currais Novos e Caicó.

A III Feira do Livro do Seridó foi realizada na Ilha de Santana, em Caicó. As oficinas pedagógicas do PROLER foram realizadas pela equipe técnica da SEEC com os temas "A Poesia da Vida e a Poesia da Arte", da professora Maria Magna Costa Fernandes, "Formação de Regentes de Bibliotecas Escolares e Comunitárias", da professora Erileide Rocha e "De Fofoca a Notícia", de Maria Leomar Fernandes.    

A oficina "A Poesia da Vida e a Poesia da Arte" teve como finalidade capacitar os educadores para incentivar os alunos à prática da leitura e da escrita por meio de um pensar literário sobre a natureza. A oficina para regentes de biblioteca, além de capacitar os regentes quanto à organização dos espaços de leitura buscava meios para fazer o livro chegar, de forma mais fácil e prazerosa, à mão do aluno para proporcionar-lhe uma leitura eficiente. A oficina "De Fofoca a Notícia" teve como finalidade tornar o texto jornalístico e a notícia algo mais simples a acessível ao estudante do ensino médio.     

Projeto garante reajuste salarial aos professores

Publicação: 28 de Setembro de 2011 às 00:00




Ricardo Araújo - Repórter

O Governo do Estado encaminhou ontem, à Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei nº 0194/2011 que discorre sobre a alteração da remuneração do magistério público estadual. O Projeto altera o salário base dos professores de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de julho de 2008, que fixou o piso salarial nacional para profissionais da educação básica. A decisão de implantação do piso nacional para os servidores da educação estadual foi acordada com representantes da categoria em julho passado e contribuiu para o fim do movimento grevista que perdurou por quase 80 dias.

 
alberto leandroFátima Cardoso, do Sinte/RN, explica que aumento foi acordadoFátima Cardoso, do Sinte/RN, explica que aumento foi acordado
Das categorias que reivindicavam  melhorias salariais durante a greve, os professores foram os únicos servidores, até este momento, que o Governo do Estado concedeu aumentos salariais. Os vencimentos, entretanto, serão pagos via recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Sendo o pagamento feito através de dotações consignadas pela Lei Orçamentária Anual à Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEEC).

 De acordo com o documento encaminhado para apreciação dos deputados estaduais, a alteração nos vencimentos dos professores passará a vigorar a partir deste mês. O Projeto de Lei é retroativo ao dia 1º de setembro e as datas de implantação se estendem até o dia 1º de dezembro. Os salários dos professores irão variar de R$ 951,74 a R$ 2.952,93 de acordo com o grau de instrução, tempo de serviço e promoções verticais e horizontais.

 Apesar do cumprimento do acordo pelo Governo do Estado, os professores continuam a reivindicar melhorias salariais e um vencimento base de R$ 1.598.  "Nós aceitamos a proposta do Governo que nos foi feita ainda em julho. Aceitamos pois a greve já se estendia por um longo período e não queríamos prejudicar mais nossos alunos. Nossa luta, porém, continua. Queremos que o salário base seja de R$ 1.598 para compensar nossas perdas salariais dos últimos anos", esclareceu a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Fátima Cardoso. Ela espera que até o próximo mês de janeiro, os salários sejam corrigidos e cheguem ao valor pleiteado.

Lei pode demorar até dois meses para ser aprovada
Caso o processo enviado à Assembleia Legislativa cumpra o procedimento burocrático usual, a aprovação do Projeto de Lei poderá demorar até dois meses para ser votado. Antes de ser aprovado, ele é lido em plenário, depois encaminhado para as comissões de Constituição e Justiça e Finanças e Planejamento, antes de ir à votação. Os deputados, porém, poderão solicitar urgência na votação do Projeto e o tempo dispendido entre a leitura e aprovação, poderá ser reduzido.

 A redação do Projeto de Lei frisa que "a proposta normativa não constitui violação à Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), porquanto se enquadra na exceção prevista no art. 22, parágrafo único, a qual autoriza a concessão de reajuste de remuneração derivada de sentença judicial ou determinação legal, ainda que superando o limite prudencial de despesas com pessoal do Poder Executivo Estadual".

Técnicos administrativos devem parar
Seguindo uma tendência das demais categorias que compõem a base administrativa do Governo, técnicos administrativos da Secretaria Estadual de Educação não descartam uma paralisação para o início do mês de outubro. Eles estão incluídos nas categorias que foram o Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai) na tarde de ontem discutir os destinos das mobilizações após o anúncio oficial do Governo do Estado descartando a implantação de planos de cargos, carreiras e salários na folha do mês de setembro, a ser paga esta semana.  "Onze mil servidores poderão cruzar os braços a partir de 4 de outubro, caso o Plano não seja pago", advertiu Fátima Cardoso. Os professores da rede estadual de Educação não irão aderir ao movimento, garantiu Fátima Cardoso, já que o Governo do Estado garantiu o reajuste salarial enviando Projeto de Lei à Assembleia Legislativa.

GREVE

Na greve ocorrida este ano, os professores buscavam a aplicação da tabela de revisão do Plano do Magistério e a aplicação do Piso Salarial Nacional do Magistério até junho de 2012, mas só conseguiram a garantia do  reajuste de 34% que será pago em quatro parcelas até dezembro.
Categorias anunciam greve  a partir de 4 de outubro
Com a decisão do Governo do Estado de não incluir, na folha de pagamento de setembro, os reajustes relacionados ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores estaduais, representantes de diversas categorias se reuniram ontem em assembleia. A principal discussão girou em torno do descumprimento de um acordo firmado com o secretário-chefe do Gabinete Civil Estadual, Paulo de Tarso Fernandes, em julho passado com os sindicatos dos funcionários da Administração Indireta e da Polícia Civil.

Os líderes sindicais esperam que o Governo recue e abra uma folha de pagamento complementar, até a próxima sexta-feira, na qual constem informações acerca do depósito dos vencimentos pleiteados pelos trabalhadores. Caso contrário, uma greve geral similar à ocorrida em julho, poderá ser deflagrada.

 "Eu jamais tinha visto isto. Estou impressionado. O Governo do Estado não cumpre acordos, nem mesmo os que estão assinados", afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do Estado (Sinai), Santino Arruda. O Governo, segundo Santino, poderia implementar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários e se adequar nos quadrimestres seguintes, ao impacto financeiro gerado pelos reajustes.

 Participaram da reunião ontem à tarde na sede do Sinai, representantes da Secretaria Estadual de Tributação, Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp), Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde), além do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte). A reclamação de todos os líderes sindicais ecoava em uníssono e recaíam sobre o "descompasso entre o que era acordado e que não é cumprido".

 Ao todo, seis categorias confirmaram o início do movimento grevista para o dia 4 de outubro: Idema, Emater, Detran, Idiarn, Fundação José Augusto e técnicos da administração direta. Poderão aderir à paralisação: Sinte, técnicos da Secretaria de Tributação, agentes penitenciários, Sindsaude e demais secretarias que compõem o Sinai.

 De acordo com Vilma Batista, vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, a categoria está desmotivada e frustrada, diante da recusa do Governo em atender às reivindicações dos agentes. "Nossa categoria está totalmente desmotivada. Nós queremos cumprir o que a lei determina para as unidades prisionais e somos alvos de ameaças do Governo", destacou.

 Segundo Vilma, há mais de um mês, o Estado não fornece o café da manhã dos presidiários. "Por isso que eles fizeram rebelião quando nós interrompemos a entrada de alimentos há duas semanas", comentou. Ela disse, ainda,  que os detentos correm o risco de ficar sem comida nos próximos dias devido ao atraso no pagamento à empresa que fornece quentinhas para as refeições.

Deputados cobram planos do Governo
Os deputados cobraram ontem, durante sessão na Assembleia Legislativa, o cumprimento do acordo feito entre Governo do Estado e servidores acerca da implantação dos Planos de Cargos e Carreiras (PCCs) do funcionalismo público a partir deste mês. A reação foi em face das declarações do secretário estadual de Administração e dos Recursos Humanos (Searh), Anselmo Carvalho, à TRIBUNA DO NORTE, na qual tratou o acordo realizado com os servidores condicionado aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Infelizmente não saímos dessa situação", dizia o secretário. O deputado Fernando Mineiro chamou o recuo do governo de "calote" e levou a plenário um documento datado do dia 8 de julho de 2011, segundo o qual o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso, teria garantido a implantação dos PCCs, no período de setembro a dezembro deste ano, em parcelas iguais, independente da LRF.

Mineiro  chamou a gestão Rosalba Ciarlini de "autoritária" e detentora de uma falta de compromisso sem precedentes. "Os servidores voltaram da greve acreditando na palavra do governo de que os planos seriam implantados. Quero acreditar que tenha sido um erro dos jornais e que a governadora não tenha dito isso", ressaltou. O deputado errou o alvo da suposta incorreção, uma vez que a informação foi confirmada.

"Nunca antes a indiferença, a insensibilidade e o autoritarismo prevaleceram tão intactos, orientados por uma lógica que inviabiliza qualquer pactuação possível com vista à superação dos tristes indicadores educacionais do Rio Grande do Norte", disse ainda o parlamentar. Fernando Mineiro foi aparteado pelos deputados Márcia Maia (PSB), Hermano Morais (PMDB) e Tomba Farias (PSB), que também criticaram a posição do governo estadual.

"Lamento muito ter um governo que não dialoga, não conversa e trata os servidores dessa forma. A Assembleia tem que continuar a intermediar esse impasse porque a insatisfação é imensa diante do que foi pactuado e da falta de respeito. Quem perde com isso é a sociedade", atestou Márcia Maia. "O governo precisa rever esse tipo de posicionamento. É lamentável que não tenha sido atendido o que foi acordado", completou o deputado peemedebista Hermano Morais.,
 S ALUNOS DO TURNO MATUTINO DA ESCOLA MARIA ARIOENE DE SOUZA SE REUNIRAM NO PÁTIO DA ESCOLA PARA ENSAIAR A MÚSICA TEMA DO PROJETO BULLYING – UMA PARÓDIA DA MÚSICA DE LUAN SANTANA. TRABALHO ESTE COORD

PROJETO BULLYING ESTÁ SENDO TRABALHADO NA ESCOLA EEMAS

 O PROJETO DIGA NÃO AO  BULLYING, CULTIVE A PAZ, ESTÁ SENDO TRABALHADO NA ESCOLA MARIA ARIOENE DE SOUZA EM TODOS OS TURNOS,DESDE O DIA 02/09/2011, QUANDO FOI REALIZADA A1ª OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE O TEMA. O MESMO TERÁ SUA CULMINANCIA NO DIA 05/09/201. NO ENTANTO AS FOTOS ABAIXO MOSTRA OS PRIMEIROS ENSAIO DO QUE SERÁ O RESULTADO DO PROJETO.


OS ALUNOS DO TURNO MATUTINO DA ESCOLA MARIA ARIOENE DE SOUZA SE REUNIRAM NO PÁTIO DA ESCOLA PARA ENSAIAR A MÚSICA TEMA DO PROJETO BULLYING – UMA PARÓDIA DA MÚSICA DE LUAN SANTANA. TRABALHO ESTE COORDENADO PELO PROFESSOR MARCOS ANTONIO DE LIMA NA DISCIPLINA DE LÍNGUA ESPANHOLA E DEMAIS PROFESSORES QUE EM CONJUNTO ESTÃO PREPARANDO CONTEÚDOS RELACIONADOS AO TEMA BULLYING PARA A CULMINÂNCIA QUE SERÁ REALIZADO NA SEXTA-FEIRA, DIA 7 DE OUTUBRO ,OOOOOOEM COMEMORAÇÃO AO DIA DO ESTUD PELO PROFESSOR MARCOS ANTONIO DE LIMA NA DISCIPLINA DE LÍNGUA ESPANHOLA E DEMAIS PROFESSORES QUE EM CONJUNTO ESTÃO PREPARANDO CONTEÚDOS RELACIONADOS AO TEMA BULLYING PARA A CULMINÂNCIA QUE SERÁ REALIZADO NA SEXTA-FEIRA, DIA 7 DE OUTUBRO , EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO ESTUDANTE. CONFIRA AS IMAGENS DO QUE ACONTECEU NESTE ENSAIO.
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O legado de Paulo Freire
A maior referência em educação popular na América Latina completaria 90 anos em setembro. Confira nos conteúdos abaixo um pouco da vida, da obra e a contribuição de Paulo Freire para a Educação brasileira.
Paulo Freire: "Nós podemos reinventar o mundo"
Em entrevista exclusiva, realizada em 1993, o maior educador brasileiro fala sobre a importância da esperança para as transformações e conta o que faria se estivesse em sala de aula
O educador Paulo Freire não gosta de dar entrevistas. Ele reclama que a imprensa deturpa suas declarações. Ao anunciar o projeto pedagógico que pretendia implantar quando assumiu a secretaria Municipal da Educação de São Paulo, em 1989, um grande jornal paulista anunciou em manchete no dia seguinte: "A partir de agora, escrever errada será certo".

Para superar essa resistência, Nova Escola teve uma ideia: que tal convidar o também educador Moacir Gadotti, amigo pessoal e chefe de gabinete do secretário Paulo Freire, para um bate-papo com ele? Isso traria a vantagem adicional de propiciar uma conversa mais aberta e mais rica, um diálogo entre dois educadores profundamente comprometidos com a transformação da escola brasileira.

Deu certo. E o resultado foi uma aula de vida, em que Paulo Freire coloca sua aguda inteligência para refletir sobre sua experiência como secretário da Educação, sobre os rumos do ensino público, sobre liberdade, sobre democracia, e sobretudo falar de sua esperança, que ele retrata no livro Pedagogia da Esperança - Um Reencontro cem a Pedagogia do Oprimido (Paz e Terra). A esperança de que é possível acabar com a opressão, com a miséria, com a intolerância e transformar o mundo num lugar mais gostoso e mais justo para se viver. "A esperança faz parte de mim como o ar que respiro". define.

Mais importante educador brasileiro, conhecido e respeitado em todo o mundo, Paulo Freire já escreveu mais de 30 livros, entre eles Pedagogia da Oprimido, de 1968, um marco na pedagogia brasileira e que influenciou educadores em todas as partes do mundo. Aos 72 anos, Freire continua produzindo num ritmo impressionante. Desde que deixou a Secretaria, em 1991, já escreveu quatro livros - Educação na Cidade (Cortez), Professora Sim, Ta Não - Cartas a Quem Ousa Ensinar (Olho D'Água) e Política e Educação (Cortez), além de Pedagogia da Esperança. E está terminando o quinto, que se chamará Cartas a Cristina. Cristina é uma sobrinha, também educadora, com quem se correspondia nos tempos de exílio.

Por causa de sua pedagogia libertadora e sua militância política, Paulo Freire foi exilado após o golpe militar de 1964. Retornou ao Brasil em 1980, após a anistia. No exílio, desenvolveu projetos em vários países da América Latina, Europa e África, lecionou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A maior parte do tempo trabalhou para o Conselho Mundial de Igrejas, com sede em Genebra, na Suíça.

Nove anos depois do retorno, assumiu a Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, na gestão da petista Luíza Erundina, cargo que ocupou por dois anos e meio. Acusações semelhantes às que lhe foram dirigidas durante o regime militar ele sofre agora da atual administração paulistana, chefiada por Paulo Maluf: a de desenvolver uma proposta pedagógica politizada e ideológica. Paulo Freire se defende dessas acusações nesse bate-papo com Moacir Gadotti, outro importante educador brasileiro, autor de 15 livros, dos quais os dois últimos - História das Idéias Pedagógicas (Ática) e Pedagogia da Práxis (Instituto Paulo Freire) - acabaram de ser lançados.

Moacir Gadotti - O brasileiro é um povo que vive de esperanças,só que uma atrás da outra vão embora, e sempre vem a frustração depois. Foi assim com as diretas já, com a Constituinte, com o Collor... Hoje vivemos um momento de incertezas, parece que o chão que pisamos está se movendo, e nós, no Brasil, não conseguimos enxergar a dia de amanhã. De onde vem essa esperança de que é possível transformar o mundo a que você se refere em Pedagogia da Esperança?
Paulo Freire - É uma pergunta que exige uma reflexão, mesmo que sucinta, em torno de nós próprios. O que estamos sendo no mundo João, Maria, Carlos? E não importa aí a classe social, embora esta tenha uma influência fantástica na forma como estamos sendo. Mas o que estamos sendo, por que estamos sendo, como estamos sendo, quem estamos sendo? Isso me permite fazer comparações. Por exemplo: olho agora o quintalzinho de minha casa e vejo outros seres também vivos, mas de ordem natural -uma jabuticabeira e o canil onde está o Jim, um pastor alemão -, e já poderia estabelecer comparações entre como eu estou sendo, como a jabuticabeira está sendo e como o Jim está sendo. Sem ir muito longe, eu chego a uma primeira conclusão, de que as relações que há entre eu e as minhas jabuticabeiras e entre eu e Jim não são as mesmas que há entre eu e você. Há uma qualidade diferente nessas relações. Segundo, eu posso tomar como referência, para me distinguir dos outros dois seres (o Jim e a jabuticabeira), que, embora os três seres sejamos finitos, inacabados, incompletos, imperfeitos, somente eu entre os três sei que somos finitos, inacabados e incompletos. A jabuticabeira não sabe. Ela tem outro tipo de saber.

Gadotti
- É isso que você quer dizer quando escreve no livro que "eu sou esperançoso, por imperativo existencial"?
Freire - É isso também. Eu sou esperançoso porque não posso deixar de ser esperançoso como ser humano. Esse ser que é finito e que se sabe finito, e porque é inacabado sabendo que é inacabado, necessariamente é um ser que procura. Não importa que a maioria esteja sem procurar. Estar sem procurar é o resultado, é o imobilismo imposto pelas circunstâncias em que não pudemos procurar. Mas não é a natureza do ser. É por isso que quando as grandes massas sofridas estão, como eu chamo em Pedagogia da Oprimido, mais imersas do que emersas na realidade social, política e econômica, estão sendo proibidas de ser. Por isso é que elas ficam apáticas. A esperança não floresce na apatia. Cabe ao pedagogo, ao filósofo, ao político, aos que estão compreendendo a razão de ser da apatia das massas - e às vezes da apatia de si mesmos - a briga pela esperança. Eu não posso desistir da esperança porque eu sei, primeiro, que ela é ontológica. Eu sei que não posso continuar sendo humano se eu faço desaparecer de mim a esperança e a briga por ela. A esperança não é uma doação. Ela faz parte de mim como o ar que respiro. Se não houver ar, eu morro. Se não houver esperança, não tem por que continuar o histórico. A esperança é a história, entende? No momento em que você definitivamente perde a esperança, você cai no imobilismo. E aí você é tão jabuticabeira quanto a jabuticabeira.
Gadotti - A esperança é uma marca, é a expressão ontológica do ser humano?
Freire - A esperança é uma invenção do ser humano que hoje faz parte da nossa natureza que se vem constituindo histórica e socialmente. Ou seja, a esperança é um projeto do ser humano e é também a viabilização do projeto. Por isso é que os ditadores, tanto quanto podem, aniquilam a esperança das massas. Ora sob o susto, o medo, o pavor. Ora sob o assistencialismo. Eu não sou contra a assistência, porque não é possível você ver um homem morrendo e dizer que não dá pão porque é assistencial. Isso está errado, é um crime. O que não podemos ser é assistencialistas, quer dizer, transformar a assistência em uma estratégia. Mas como tática é absolutamente válida.

Gadotti - O que há de novo no novo livro e o que permanece de Pedagogia do Oprimido?
Freire - Permanece um monte de coisas. Além da crença, da esperança, permanece o respeito e a convicção da importância do papel da subjetividade. Quando os marxistas - e também os não-marxistas - de natureza de pensar puramente mecanicista me criticavam nos anos 70, me acusavam de ser idealista, kantiano, na melhor das hipóteses de neo-hegeliano, por causa de minhas propostas de conscientização que entravam em choque com aquelas idéias de que a superestrutura condiciona a consciência. Hoje estamos vendo emergir a crítica segura e séria a esse mecanismo de origem marxista, que não foi competente para explicar o próprio papel de sua luta contra o projeto capitalista - luta na qual anulou a presença do indivíduo, o gosto do indivíduo, o medo do indivíduo, o prazer do indivíduo.

Gadotti - Então você continua criticando esse mecanicismo que sustenta a tese da inexorabilidade do homem e de que há uma sucessão na história que inevitavelmente levará ao socialismo?
Freire - Claro. Veja como há uma contradição enorme nessa inexorabilidade: brigava-se pela inexorabilidade. Se a coisa vem de qualquer maneira amanhã, por que eu vou morrer hoje lutando por ela? Vou esperar. Esse mecanicismo deveria inclusive conduzir à apatia. E está provado que não é assim.

Gadotti - Veja que coisa engraçada: você diz na Pedagogia da Esperança que "a luta de classes não é o matar da história, mas certamente é um deles". Você, que foi criticado na Pedagogia do Oprimido por não usar a expressão luta de classes, sabe que agora vai ser criticado porque está usando?
Freire - Isso é interessante. Sabe um dos riscos que a gente vai enfrentar no começo do milénio - e já está enfrentando hoje? E que muita gente de esquerda ficou de tal maneira inquietada com a queda do Muro de Berlim, que perdeu parâmetros e se sente imobilizada. Essas pessoas estão aturdidas diante da história precisamente porque pensavam que o amanhã era inexorável, e não tiveram tempo de se reconstruir e de se repensar.
Gadotti - Mas quais são esses riscos ?
Freire - Primeiro, de uma minoria dessas pessoas conseguir chegar ao poder e reativar em si, odientamente, o gosto stalinista. O segundo risco é de alguns desses que estão impactados caírem num imobilismo tal que passem a acreditar no discurso neoliberal de que a luta entre as classes sociais se acabou, de que a ideologia se acabou, de que a história se acabou. Esse segundo grupo constitui um perigo enorme para a própria progressividade, termina por dar força à maioria de direita e à minoria de esquerda que pretende reativar o stalinismo. Um terceiro risco que estamos correndo no começo do milênio em face de todo esse desarranjo histórico é exatamente o poder do neofascismo, que se assanha sobretudo na Europa, mas também no Terceiro Mundo (seja o surto de neonazismo em São Paulo, essas ameaças de fuzilar nordestinos, esse racismo de direita). É uma ameaça assustadora, que é de natureza material mas sobretudo espiritual, ideológica - o que não se via anteriormente. O educador não pode estar distante dessa preocupação. Isso tem que estar sendo discutido nas classes primárias, com linguagem de menino.

Gadotti - Você também tem se preocupado bastante com o sectarismo, não é?
Freire - Em Pedagogia da Esperança, eu retomo e avanço um pouco em relação à Pedagogia da Opressão, em que eu já havia feito a crítica do sectarismo. Lá, eu era radical e não sectário. Hoje eu me acho mais radical - e mais longe ainda da sectarização. Foi a experiência histórica, e portanto política e social, me ensinando que eu teria de me convencer de não estar mais tão certo de minhas certezas. Essa certeza da incerteza, da busca da incerteza, em vez de matar em mim a aventura da esperança, me levou mais para a aventura da esperança. Quer dizer, no momento em que eu descubro que não posso estar mais tão certo de minhas certezas, tenho a esperança de descobrir um pouco de luz na incerteza. Então, eu fico mais curioso, mais indagador, mais competente. E isso me levou necessariamente a ficar mais não-conciliador; de compreender o diferente, e não de negá-lo.

Gadotti - O que significa respeitar a diferença? É simplesmente, tomo diz a ideologia burguesa, respeitar o pobre, respeitar o negro...?
Freire - Trata-se de entrar na pele dele e aprender também.

Gadotti - No livro A Filosofia Mestiça (Nova Fronteira), que é fantástico, o educador francês Michel Serres afirma que todos nós somos mestiços e que não há nenhuma educação se não conseguir compreender - mais que compreender, assimilar - uma outra cultura que não a sua. Você concorda?
Freire - A posição que eu chamo substantivamente democrática parte pare compreender a necessidade. Não é como um favor. Eu tenho a necessidade de compreender um diferente de mim, se eu quiser crescer. Portanto, a minha radicalidade fenece no agora, Gadotti, momento em que eu me nego a compreender o diferente de mim. Segundo, quando eu compreendo o diferente descubro que há um diferente diferente, que há um diferente que é antagônico. Ou seja, ele é tão diferente de mim que não dá para dialogar comigo em termos profundos. Mas ao descobrir a possibilidade da existência do antagônico, que é o diferente mais radical, eu descubro também que até com o antagônico eu aprendo. E que, portanto, não posso me fechar sectariamente. No fundo, a minha briga não é contra contra os outros; é contra mim mesmo, no sentido de não me permitir cair na sectarização. E a sectarização é a negação do outro, é a negação do contrário, é a negação do diferente, é a negação do mundo, é a negação da vida. Quer dizer, ninguém pode continuar vivo se sectariza. Veja como o stalinismo era a antivida, como o nazismo é antivida. E a democracia só se autentica quando é vida. E esta só é vida quando é móvel, quando tem medo. É preciso se abrir ao máximo, às emoções, ao riso, aos desejos, inclusive a essa antivida que é o cientificismo. O cientificismo é uma antivida porque esse sonho de uma rigorosidade absoluta contra a não-rigorosidade do saber é a negação da vida também.

Gadotti - Na Pedagogia da Esperança você aborda a questão da mulher, da armadilha que a linguagem nos coloca, por exemplo, quando afirmamos que os homens fazem a história, ou quando, para nos defender diante de certas perguntas que as mulheres nos fazem sobre o uso da linguagem, nós afirmamos que, quando falo em homem, a mulher necessariamente esta incluída. Como sair dessa armadilha?
Freire - Em primeiro lugar, a gente tem de reconhecer que a linguagem é uma produção social, com uma presença individual nessa produção social. Segundo, é precisamente por isso que a linguagem é corpo ideológico. Não é possível pensar em linguagem sem ideologia e sem poder. Terceiro, a própria gramática nasce historicamente como uma regulamentação do poderoso, de quem tem poder. Nas culturas machistas, evidentemente que a linguagem se amolda a esse machismo. Numa perspectiva progressista, é absolutamente fundamental que se reinvente também a linguagem, por que não é possível você democratizar uma sociedade deixando de lado um dos aspectos fundamentais do que fazer da sociedade, que é a linguagem humana. Num tempo de busca de igualdade, de superação das ideologias restritivas, não é possível permanecerem sintaxes proibitivas da mulher. Certa vez, falando a um auditório onde havia 1500 mulheres, de repente olho e vejo a cara de um homem e digo: "Todos vocês". Isso não é gramática. Isso é ideologia. Eu tenho que dizer "todas vocês" mesmo. Eu falo nesse livro que é possível que alguém diga que a invenção da linguagem, antes da invenção das estruturas sociais, era puro idealismo. Não é. No momento em que você não pensa a história como determinismo, mas como possibilidade, a reinvenção da linguagem faz parte da reinvenção do mundo. Então, você pode até começar pela briga da reinvenção da linguagem.

Gadotti - Nos Estados Unidos, já é comum referir-se aos negros não como nigger, mas como african american. É uma forma de começar a falar politicamente correto, não é?
Freire - Concordo. Mas o que você enfrenta de obstáculos quando faz isso... E sabe qual é a minha resposta? Prefiro enfeiar o meu discurso a fazê-lo mais bonito mas inautêntico do ponto de vista político. E acho mesmo que o feio aí vira esteticamente bonito, porque iluminado pelo acerto político.

Gadotti - Essa questão se liga a uma outra armadilha de linguagem, que você trata no livro Professora Sim, Tia Não. Você diz na página 25: "A tentativa de reduzir a professora à consição de tia é uma ‘inocente’ armadilha ideológica em que, tentando se dar a ilusão de adocicar a vida da professara, o que se tenta é amaciar a sua capacidade de luta ou entretê-la no exercício de tarefas fundamentais ". O que quer dizer com isso?
Freire - Que não se deve tirar da professora o dever de ela ser professora, o dever de querer bem, de amar não apenas o menino, mas o próprio processo de que ela faz parte como um dos sujeitos, que é ensinar, que é formar. O que é preciso é que ela saiba que, quando a chamam de tia, no miolo desse tia o que existe, nem sempre lucidamente para a diretora da escola, é o seguinte: tia não pode fazer greve. Quanto mais você reduz a profissionalização a uma amorosidade parental, tanto menos a professora terá condições de brigar. Pelo menos é o que a ideologia espera. Digo também que ela pode gostar de ser tia e pode preferir continuar a ser chamada de tia. Nada contra isso. Mas é preciso que saiba o que há de manha ideológica quando chamam você de tia.

Gadotti - Outro preocupação manifestada no livro é com relação à identidade cultural das crianças, que a escola ignora. Diante desse sistema que coloca uma única idéia de cultura, um currículo monocultural, o que pode fazer um professor em sala de aula para transformar essa escola e esse currículo?
Freire - Um grande número de professoras e professores se sente absolutamente manietado dentro de uma administração autoritária. Esse tipo de administração estimula as professoras a virar tias, o conceito pelo qual elas explicam ou se acomodam ao imobilismo que o autoritarismo espera delas. Mas acho que é possível fazer educação popular na escola. Claro que uma coisa é você nadar a favor da correnteza e outra é nadar contra. Se você tem uma administração aberta, democrática, você nada a favor da corrente quando defende uma série de posturas político-pedagógicas abertas. E nada contra o corrente, quando o conceito de participar é proibido, é um pecado. Então fica difícil você defender a participação e sobretudo viver a participação. Mas que é possível, é.

Gadotti - O que você faria, como professor, na sala de aula?
Freire - Uma das coisas que a professora deveria fazer, por exemplo, para compreender a cultura multiculturalmente. é comentar com os alunos as diferenças e dizer que, quando você discute tal coisa do conteúdo do programa, essa coisa não é universal, ela tem suas dimensões regionais, até de família, e entra aí o problema de classe. A cultura de classe existe. A linguagem de classe existe. Há uma sintaxe que é da classe trabalhadora e outra que não é. É preciso saber como você reinventa a linguagem, compreendendo a diversidade dessas sintaxes, como consegue recriar a linguagem de forma correta. E como professor você pode testemunhar diariamente a sua postura e aí compreender muito bem a relação dialética entre tática e estratégia. Quer dizer, você tem o sonho estratégico, que é o da multiculturalidade, mas tem que ter táticas para falar dele, porque você pode cair nos exageros do discurso - que são idealistas, voluntaristas - e você pode perder o emprego. E a questão sua não é perder o seu emprego; é manter o emprego e ajudar o seu sonho. Acho que não há fórmulas para isso. Você tem que recriar todo dia as suas táticas para superar o exclusivismo de uma compreensão cultural estreita.

Gadotti - A experiência vivida na Secretaria da Educação te deu ma impulso danado para escrever. Quais são seus planos para os próximos 50 anos?
Freire - Quem me dera esses 50 anos... No momento estou escrevendo um livro de que gosto muito, que está cheio de afetividades, que vai se chamar Cartas a Cristina. É uma sobrinha que se correspondia comigo desde que era criança e eu estava no exílio. Um dia, recebi uma carta em que ela me dizia: "Até hoje conheci tio Paulo através de minha mãe, meu pai e minha avó. E agora que cheguei à universidade comecei a conhecer um outro Paulo, através de referências um pouco assustadas (estávamos ainda no Estado militar), não mais do tio Paulo, mas do professor Paulo Freire. E estou tão curiosa de saber sobre o Paulo Freire tio dos outros todos, e não só o meu, que queria pedir um favor: faça cartas para mim sobre sua vida, sobre sua infância". Achei fantástico e respondi que ia fazer.

Gadotti - E depois desse livro?
Freire - Tenho um sonho de fazer um ensaio sobre Amílcar Cabral (líder revolucionário que fundou o movimento de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde, na África). Acho muito oportuno trabalhar um pouco isso. Num momento em que se pensa que nunca mais vai haver revolução, eu, pelo contrário, acho que vai haver. Não depois de amanhã e não igual às que já houve. A gente precisa compreender que a história não se acabou. O que está acabando é uma maneira de fazer história. Hoje a gente está começando a viver uma nova maneira de ser históricos, que é preciso que a gente perceba. Tudo que a gente puder fazer para esclarecer isso é dever fazer.

Gadotti - Falando em esclarecer, o que você diz das críticas que o atual secretário municipal da Educação, Solon Borges dos Reis, tem feito à administração anterior, da qual fizemos parte? Ele anunciou a desativação da Mova (Movimenta de Alfabetização de Adultas) porque tinha objetivos político-ideológicos. Ele também pretende trabalhar mais com a profissionalização, ao contrario de nós, que trabalhamos mais com a autonomia da escola e com participação - segundo o professor Solon, palavras associadas à pedagogia libertadora de Paulo Freire. Ele diz que vai enfatizar a pedagogia para a responsabilidade.
Freire - Devo sublinhar, em primeiro lugar, que o professor Solon tem o dever de procurar afirmar sua gestão de secretário na posição e na opção político-ideológica que ele tem, que o governo de que ele faz parte tem. Nesse sentido, ele é tão político quanto nós. Não existe neutralidade a que ele faz referência. Ele não é neutro. Ele está procurando canalizar a sua administração numa perspectiva não apenas pedagógica, mas numa opção político-ideológica que diverge da nossa, que é oposta à nossa. E é um direito que ele tem.

Gadotti - Aliás ele confessa isso quando diz que "os valores da administração do PT não são os valores que nós queremos para a educação".
Freire - Exato. No livro Política e Educação, há um texto sobre educação e responsabilidade, em que eu discuto a compreensão de responsabilidade associada à educação e enfatizo essa questão da opção da opção política, do responsável pela responsabilidade pedagógica. Defendo o direito de o professor Solon defender sua opção. Por isso eu também digo nesse texto que não é possível, rigorosamente, uma continuidade administrativa, quando acontece de uma administração conservadora seguir-se a uma administração progressista. Como é que eu, um educador que me considero progressista, posso continuar uma obra reacionária? E como é que um reacionário, um conservador, pode continuar uma obra progressista? Os aspectos puramente administrativos são pouquíssimos. Todo problema administrativo está iluminando e fundando uma questão política. Por exemplo, as prioridades são políticas, ideológicas.

Gadotti - Esse fato não reforçaria a idéia de que mais importante no fundo é fortalecer as propostas político-pedagógicas das próprias escolas, para que elas resistam um pouco mais à descontinuidade administrativa?
Freire - Acho que sim, mas isso também bate no poder político de quem tem a administração central. Por exemplo, como pode uma administração conservadora aceitar, primeiro, a própria idéia de autonomia da escola? Não pode, porque uma das características do conservantismo é exatamente a centralização do poder. Quando você pergunta o que é que significa a própria autonomia da escola, a resposta tem um ponto de partida político e ideológico. Não é uma pergunta puramente da ciência da administração, não é uma pergunta cuja resposta dependa da pedagogia. A prática educativa vai refletir um sonho político-ideológico de quem define a autonomia. Outra coisa: é absolutamente errada a idéia de que nós não fazíamos uma educação para a responsabilidade ou educação responsável. Só que a nossa responsabilidade se fundava noutros valores. A nossa responsabilidade tinha que ver, sobretudo, com a ontologia, com a qualidade de ser do ser humano. Quer dizer, eu sou responsável como educador com relação a esse núcleo básico que nos marca, que nos caracteriza - e que se constituiu histórica e socialmente e não a priori da história -, que é a vocação de ser mais. A minha responsabilidade é com isso. Por isso falo em ontologia. Eu sou responsável na minha prática educativa no sentido de ajudar-me e ajudar os outros a ser mais. E não é possível ser mais sem libertação. Então, a pedagogia da libertação é profundamente responsável.

Gadotti - Qual é a diferença entre a pedagogia da libertação e essa que está senda posto em prática?
Freire - A diferença entre ela e a outra que se diz responsável - e que é tão responsável quanto nós - é que a conservadora é responsável diante dos interesses dos dominantes. Agora, dizer que a que é responsável diante dos interesses dos dominantes é a única responsável é um absurdo. Como eu também não posso dizer que somos os únicos responsáveis. Mas eu tenho que distinguir em que ponto eu sou responsável. A minha utopia não é a utopia do conservador. O conservador quer conservar, por isso é reacionário - porque não é preciso conservar o que é legítimo luta-se para consevar o que é ilegítimo.

Gadotti - Que balanço você faria hoje do que foi feito na sua administração?
Freire - Não tenho um balanço, mas se você perguntar se eu estaria arrependido de alguma coisa, eu te diria que, apesar da legitimidade do arrependimento, eu não tenho nenhum. Eu faria de nova a mesma coisa. Quando nos juntamos para administrar a Secretaria, não pensamos que éramos os maiores educadores do Estado. Segundo, nenhum de nós pensou que por isso mesmo somente nós seríamas capazes de fazer alguma coisa positiva. Terceiro, nenhum de nós pensou que estávamos ali escolhidos por Deus para salvar a educação de São Paulo e depois a brasileira. O que sabíamos era que éramos capazes de fazer uma coisa séria e apostávamos, sem nenhuma falsa modéstia, que éramos capazes. E tínhamos opções políticas. Sabíamos, por exemplo, que defendíamos uma escola que, sendo pública, deveria tornar-se uma escola popular. E você. Gadotti, acrescentava que era preciso esclarecer o que é o popular: quando queremos que a escola pública se torne popular, eficaz, democrática, não estamos pensando em fazer uma escola ruim para os meninos que nasceram ricos. Estávamos convencidos de que devíamos fazer uma escola que, tendo o gosto, o cheiro do popular, não tivesse nojo da burguesia. A gente queria que essa escola tivesse a cara brasileira, portanto uma escola aberta, feliz, crítica, que provocasse a criatividade dos meninos e não o medo. Para isso, precisávamos de uma administração que fosse assim também. Não é possível pensar no sonho democrático da escola tendo uma administração autoritária.

Gadotti - Por isso você promoveu mudança, nos estruturas de poder da Secretaria?
Freire - Fizemos uma mudança estrutural. na qual o secretário perdeu possivelmente 60% do puder arbitrário que tinha. Eu não podia mais nomear nem uma secretária de escola. Vinham as indicações das bases. Se não se arrebentar com aquele gosto colonial de administrar - em que cabia ao secretário dispensar até a professora que perdeu aula no mês de setembro do ano anterior -, não se pode falar na autonomia da escola. Procuramos os Conselhos de Escola, criados por Mário Covas em 1985 e arquivados por Jânio Quadros. Os Conselhos de Escola foram um salto extraordinário no servido da ingerência dos pais, dos alunos e das professoras frente ao poder central do diretor.

Gadotti - Você acha que esse gosto peta liberdade, pela autonimia, pela participação é uma marca deixada pela sua administração e que vai ficar?
Freire - Eu acredito nisso. Mesmo que esse gosto sofra momentos de abafamento, em que sente que não pode se expressar. Porque, afinal de contas, o gosto de vir a ser faz parte da ontologia do ser. Ninguém pode decretar que os homens e mulheres deixem de sonhar. Isso é negócio de ditador.