segunda-feira, 20 de junho de 2011

                                     REFLITA


"A razão pela qual algumas pessoas acham tão difícil serem felizes é porque estão sempre a julgar o passado melhor do que foi, o presente pior do que é, e o futuro melhor do que será. "

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Descobrir a origem da festa junina pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa
10 dicas para organizar uma festa junina educativa

Pé de moleque, canjica, curau, pamonha, bolo de milho, quentão, bandeirinhas, fogueira, chapéu de palha, sanfona e arraiá. Sim, estamos falando de festa junina. Todo mês de junho é assim: tiramos do armário as camisas xadrez e os vestidos de chita, pintamos sardinhas nas meninas e bigodinhos nos meninos e vamos satisfeitos para a festa na escola, pensando em todos os quitutes deliciosos que nos aguardam.
Esquecemos o principal: o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita as festas juninas para preencher buracos na grade horária e engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças?
Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos. O Educar Para Crescer consultou alguns pedagogos e um antropólogo e elencou algumas dicas para garantir que a su

festa junina seja uma verdadeira aula.


1. Procurar o sentido original da festa
2. Descaricaturizar o homem do campo
3. Resgatar as manifestações culturais
4. Envolver os estudantes no assunto
5. Trazer os alunos para a preparação da festa
6. Associar o conteúdo escolar à festa junina
7. Valorizar o brincar
8. Estimular a participação da família
9. Não fazer a festa no horário das aulas
10. Não usar a festa para arrecadar dinheiro



MENSAGEM

Vida é Superação no Ágape
A nossa alegria supera nossa tristeza,
Nosso consolo supera nossa dor,
Nossa fé supera nossa dúvida,
Nossa esperança supera nosso desespero,
Nosso entusiasmo supera nosso desânimo,
Nosso sucesso supera nosso fracasso,
Nossa coragem supera nosso medo,
Nossa força supera nossa fraqueza,
Nossa perseverança supera nossa inconstância,
Nossa paz supera nossa guerra,
Nossa luz supera nossa escuridão,
Nossa voz supera nosso silêncio,
Nossa paciência supera nossa impaciência,
Nosso descanso supera nosso cansaço,
Nosso conhecimento supera nossa ignorância,
Nossa sabedoria supera nossa tolice,
Nossa vitória supera nossa derrota,
Nossa ação supera nosso tédio,
Nosso ganho supera nossa perda,
Nossa resistência supera nossa fragilidade,
Nosso sorriso supera nosso choro,
Nossa gratidão supera nossa ingratidão,
Nossa riqueza supera nossa pobreza,
Nosso sonho supera nossa realidade...
Nosso amor a Deus, ao próximo, à vida, nos faz superar tudo!


                   GESTÃO ESCOLAR

Você sabe como se chama a cozinheira que prepara a merenda? E o rapaz que recebe as crianças no portão? Conhecer os funcionários pelo nome e tratá-los com respeito é essencial para uma boa gestão de equipe. É uma maneira de valorizar o indivíduo e dar o exemplo para que a consideração pelo outro seja a base da convivência escolar. Afinal, o tratamento que o gestor dispensa ao grupo serve de referência aos colegas e alunos.
Qualquer profissional da área administrativa, de limpeza, da cozinha ou da segurança é um educador e sua atuação contribui para a melhoria do trabalho pedagógico. Ao receber bem os alunos e os pais, o porteiro, por exemplo, cria uma relação mais próxima com todos e pode, com isso, ter um controle maior de quem circula por ali, garantindo um ambiente seguro ao aprendizado.
Elogiar um serviço bem feito também é uma forma de reconhecer o funcionário. "Certa vez, um segurança que começou a trabalhar em uma universidade exigiu a identificação do reitor para deixá-lo entrar. Ao perceber o constrangimento do porteiro, o chefe fez questão de parabenizá-lo em público pela seriedade com a qual exerce seu trabalho", conta o coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo, Luciano Venelli Costa. Se o gestor fosse prepotente, teria se sentido ofendido e destratado o profissional.
Para que um funcionário exerça seu papel a contento, é preciso dar condições, valorizando-o e integrando-o ao grupo. Promover encontros periódicos para ouvi-los e discutir questões pontuais, assim como convidá-los às reuniões de equipe, são boas iniciativas. Sugerir ainda que acompanhem os alunos nas excursões, além de melhorar a formação cultural, facilita a interação. Só não vale chamá-los para conversas em que eles não poderão colaborar. "Se o tema não tem a ver com o que fazem, eles podem se sentir deslocados", alerta Costa.


UMA NOVA RELAÇÃO Em menos de um ano, Telma Nespolo
uniu professores e servidores em prol da aprendizagem
dos alunos. Foto: Ferreira Nascimento

Uma equipe de verdade



"Em 2001, ao assumir a direção da EMEF Padre Emílio Becker, em Presidente Prudente, a 560 quilômetros de São Paulo, encontrei professores e funcionários executando suas tarefas sem interagir, sem se comunicar e sem se preocupar com o desempenho geral da escola. O descaso era tão grande que cheguei a ver funcionários se negando a ajudar as crianças quando elas caíam. A frase mais ouvida nos corredores era ‘Essa não é minha função’, o que criava um jogo de empurra-empurra constante: se um aluno estava fora da sala em horário de aula, o inspetor culpava o professor de tê-lo deixado sair e o professor acusava o inspetor pela falta de fiscalização.


Juntos, o vice-diretor, a orientadora pedagógica e eu apostamos que a solução para esse problema seria mostrar a importância de cada um para a escola virar um local bom para as crianças aprenderem e também para nós trabalharmos. Por isso, todos precisavam se envolver na conquista de resultados. Começamos convidando os 15 funcionários para participar da reunião anual de planejamento (até então, só os professores eram convocados).
No primeiro encontro, para quebrar o gelo, montamos grupos com representantes de todos os setores da escola e sugerimos atividades que propiciassem discutir temas como a necessidade de ações conjuntas para atingir as metas. Em seguida, todos responderam individualmente a um questionário, analisando a própria rotina e os processos de funcionamento da escola. Sob a coordenação da equipe gestora, regras e combinados foram discutidas e reformuladas, o projeto pedagógico foi debatido e estabelecemos metas de desempenho. Com base nessas conclusões, os grupos - dessa vez reunidos por setor - traçaram os objetivos de cada função e reorganizaram as atividades cotidianas. Os funcionários de limpeza dividiram entre eles as salas e os horários para que os espaços estivessem sempre limpos. As cozinheiras discutiram como servir a merenda e, ao mesmo tempo, promover a autonomia dos pequenos. Os inspetores decidiram o esquema de entrada das crianças a fi m de evitar atrasos. Os vigias marcaram os horários das rondas para melhor cuidar do entorno da escola. E os professores escolheram os projetos didáticos e os temas das pautas que gostariam de ver contempladas nos momentos de formação. Ao longo do ano, os grupos continuaram se reunindo periodicamente para resolver questões específicas de cada área. Assim, todos passaram a se sentir educadores e, em menos de um ano, a falta de integração terminou e os conflitos se amenizaram. Comecei a sentir que estava se formando uma equipe de verdade."






TELMA NESPOLO, diretora da EMEF Padre Emílio Becker, em Presidente Prudente, SP.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sinte veicula anúncio na TV sobre finanças do Estado


A partir desta terça-feira (14), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte veicula uma nota na TV sobre as condições financeiras do Governo do Estado. O vídeo será exibido até a próxima segunda-feira (20) na SimTV! e na TV Ponta Negra.

No anúncio, são apresentados dados sobre a arrecadação recorde que o Estado obteve nos primeiros meses do ano. O valor supera o que foi alcançado no mesmo período de 2010 em mais de R$ 400 milhões. Ou seja, há dinheiro suficiente para pagar aos Trabalhadores em Educação da rede estadual. Para assistir o vídeo, clique aqui.


Fonte: Portal do Sinte RN


Professores do RN rejeitam proposta do governo e greve continua

Governo e Educadores ainda não chegaram a um denominador comum

Os professores da rede estadual de ensino não aceitaram a nova proposta apresentada pelo Governo do Estado nesta terça-feira (14) e continuam em greve por tempo indeterminado. A categoria decidiu quase por unanimidade pela continuação do movimento grevista em assembleia realizada esta tarde na Escola Estadual Winston Churchil, no Centro da Cidade.

De acordo com o coordenador geral do Sinte/RN, José Teixeira da Silva, a decisão de manter a greve foi tomada quase por unanimidade entre os professores presentes. Segundo ele, os professores não aceitam o pagamento escalonado do aumento salarial de 34%. “Nós queremos o cumprimento imediato do piso. A assembleia foi muito representativa e com aquela proposta apresentada pelo governo não tem acordo”, disse.

A próxima assembleia está marcada para a próxima sexta-feira. “Se até lá o governo não apresentar uma nova proposta, nós iremos deliberar sobre as manifestações do movimento grevista”, afirmou José Teixeira.

A proposta apresentada pela Secretaria de Educação e Cultura traz os seguintes pontos:

1) Reitera a proposta já apresentada, em que se assegura, de imediato, a implantação do Piso Salarial Nacional do Magistério e o aumento real de 34% no vencimento de todos os profissionais do Magistério da ativa e também dos inativos, de forma progressiva e negociada, em quatro parcelas.

2) Temas como pagamento de contratos temporários, estagiários, aposentadorias, horas suplementares e concurso público estão sendo equacionados pela Secretaria de Educação e Cultura.

3) Sobre o pleito da categoria em relação aos demais profissionais da educação que participam do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Órgãos da Administração Direta do Poder Executivo, LEI COMPLEMENTAR Nº 432, DE 1º DE JULHO DE 2010, o Governo informa que será viabilizada a implementação dos 30% referentes à primeira parcela, para os profissionais da educação não contemplados. O procedimento já foi iniciado para pagamento a partir do corrente mês de junho. Para tanto, a SEARH estará realizando uma força tarefa para cumprir tal objetivo.

4) Também no mês de junho será pago 40% do 13º salário, referente à primeira parcela.

Fonte: Diário de Natal

segunda-feira, 13 de junho de 2011

NAMORO NA ESCOLA



NAMORO NA ESCOLA: QUAIS SÃO OS LIMITES
Pode namorar na escola? Qual é o limite do carinho entre casais de adolescentes na hora do recreio? Qual é o papel da escola e qual é o papel da família? Essas são questões que, muitas vezes, dividem adolescentes, pais e professores. Exatamente por isso, é um tema que precisa ser tratado com cuidado.
Namorar é algo íntimo e, em um espaço público, isso deve ser feito de forma comedida. Ainda mais na escola, onde há crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias. Por isso, a maioria das escolas tem regras e limites para o namoro entre alunos. Nada mais justo. Mas é importante que essas regras não sejam apenas impostas, e sim discutidas e debatidas com toda a comunidade escolar. E é preciso que elas fiquem claras para todos. No entanto, mesmo com regras, alguns desentendimentos podem acontecer.
No Colégio Vértice, em São Paulo, certa vez um jovem casal trocava um beijo em um local mais escuro perto dos banheiros enquanto uma professora de Artes passava com alunos pequenos pelo corredor. No dia seguinte, os pais de uma das crianças procuraram a escola: o pequeno contou em casa que tinha visto um casal transando no banheiro. "Não foi isso o que aconteceu, mas o jovem casal propiciou essa leitura", afirma Adilson Garcia, diretor da escola. O jovem casal teve de ser repreendido, para que não agisse mais daquela forma.
No escola de São Paulo, os alunos são orientados a não dar beijos "de língua" e a não sentar no colo um do outro. "Não permitimos manifestações exacerbadas", resume Garcia. Para que as regras fiquem claras para todos e que os alunos entendam por que elas existem, o tema da sexualidade é trabalhado a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, na disciplina "Educação para a Vida em Família", que também trata de temas como identidade e questões emocionais.
Mas atenção: regras são importantes, porém proibir os adolescentes de namorar na escola não é o melhor caminho. "A escola é, antes de mais nada, um espaço público e deve ser tratada como tal", afirma Luciana Fevorini, coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo. O ideal é conversar com os adolescentes e estabelecer os que os jovens podem fazer, onde e como. Confira algumas dicas para pais e professores tratarem do assunto
A escola é o lugar certo para namorar?

Não é o lugar certo nem o errado, mas deve ser considerado um espaço público como qualquer outro. Andar de mãos dadas, pode. Dar um "selinho" ou outro, também. Mas não deve passar disso, pois outras pessoas podem se sentir incomodadas com demonstrações explícitas de sexualidade. E o problema não são só as crianças pequenas que podem estar no mesmo ambiente do casal de namorados. "Até para os professores pode ser constrangedor", diz Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice.
O que esperar da escola? É preciso que a escola imponha limites ao namoro entre os adolescentes, mas sem proibir. O ideal é que o tema da sexualidade seja debatido em alguma disciplina e que os jovens entendam por que existem determinadas regras. "Como espaço público, é preciso que os adolescentes entendam que a diversidade deve ser respeitada e que ‘amassos’ muito fortes não são adequados em um espaço onde pode haver crianças", diz Luciana Fevorini, coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Equipe.
Como a escola deve tratar a questão da sexualidade? O ideal é que as regras sejam discutidas com toda a comunidade escolar para que as mensagens sobre limites sejam coerentes. Além disso, é importante deixar claro para os alunos o que é permitido e o que é proibido, explicando os motivos. Se a escola do seu filho não faz isso, reclame. Você tem esse direito!
Como agir quando adolescentes dividem o espaço com crianças do Ensino Fundamental? Manifestações exageradas de sexualidade devem sempre ser evitadas, mas quando há crianças no mesmo ambiente é preciso cuidado redobrado. "Os jovens devem prestar atenção, pois é importante não antecipar a sexualidade para crianças que sequer estão pensando nisso ainda", recomenda Luciana Fevorini, do Colégio Equipe. Por isso, muitas escolas têm turnos diferentes para o Ensino Médio e o Fundamental. No entanto, isso não significa que o "problema" esteja totalmente resolvido, afinal os primeiros namoricos começam já ao final do Ensino Fundamental. Manifestações exacerbadas, portando, devem ser evitadas sempre!
Como a escola deve agir se um casal apaixonado passar dos limites? O melhor é caminho é conversar. Com os adolescentes e com os pais deles, se necessário. Primeiramente uma conversa com os jovens pode resolver o problema. É preciso explicar por que determinado comportamento é inadequado na escola, e não apenas proibi-lo. Se uma conversa franca não resolver, os pais devem ser chamados. O exagero nos "amassos" e nos carinhos é, afinal, um problema de comportamento como qualquer outro - são regras que estão sendo desobedecidas.
Como saber se a escola está agindo de acordo com as orientações familiares? O melhor jeito de saber como a escola trata a questão é conversar com os professores e com a coordenação pedagógica. Em caso de dúvida, não hesite em ir até a escola e fazer perguntas. Você pode, inclusive, sugerir que seja feita uma reunião com pais e professores para esclarecer dúvidas sobre o assunto. Mas lembre-se de nunca desautorizar os educadores. Você pode até achar que um beijo "de língua" não é nada de mais, mas, se a escola proíbe, você deve orientar seu filho a respeitar essa regra.

Como tratar a sexualidade em casa?

O primeiro passo é analisar o que você suporta ou não dentro de casa. Se achar que ainda não está na hora de ver o seu filho namorando, você até pode proibi-lo (sem deixar de refletir sobre as possíveis conseqüências desse ato). É direito dos pais controlar o comportamento dos filhos. Mas o ideal mesmo é que vocês tenham um diálogo aberto e construam as regras juntos.
Educar Para Crescer

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Do sonho profissional à realidade da sala de aula


Amanda Gurgel conta o que a levou decidir ser professora e as dificuldades vindas dessa escolha

Fernanda Zauli // fernandazauli.rn@dabr.com.br



Amanda Gurgel é uma militante nata. A professora de Língua Portuguesa que chamou a atenção do país inteiro depois que o seu discurso em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado foi publicado no Youtube, já foi dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo nas primeiras assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) das quais participou, assumiu a postura de oposição e no ano passado se filiou ao Partido Socialista do Trabalhadores Unificado (PSTU). Aos 29 anos, Amanda leva uma vida simples como a maioria dos professores do país: sai de casa às 5h50 e só retorna às 23h, pega três ônibus para chegar ao trabalho, estuda à noite, e tem pouco tempo e dinheiro para lazer.



Depoimento feito pela docente na Assembleia retrata "situação-limite" da categoria Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press

Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".



Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.



O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.



A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.



Governo oferece o piso nacional aos professores


Publicação: 03 de Junho de 2011 às 00:00imprimircomentarenviar por e-emailreportar erroscompartilhartamanho do texto A+ A-

A paralisação dos professores da rede estadual de ensino, que completa um mês, começa a dar os primeiros resultados. Em audiência realizada na tarde de ontem, no gabinete da Casa Civil, com o secretário da casa civil Paulo de Tarso e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte/RN), o governo anunciou a implantação do piso nacional de R$ 890,00, a partir de junho. A proposta foi considerada um avanço pela categoria, que aguarda ainda o encaminhamento de outros pontos, para decidir em assembleia hoje, os rumos da paralisação.

Aldair Dantas

Reunião com o Sindicato da Administração Indireta não caminhou. Governo não apresentou proposta real sobre Plano de CargosConsiderando o julgamento pelo STJ da constitucionalidade da Lei do Piso Salarial (Lei 11.738/08), o Piso Nacional será cumprido de imediato. A partir do mês de junho, o reajuste será dado para os profissionais do magistério que recebem salário inferior a R$ 890,00 – cerca de 2 mil professores - para jornada 30 horas semanais, no nível médio. Para os demais, o reajuste será escalonado de setembro a dezembro desse ano. Para isto, será necessário editar uma nova Lei Estadual com a nova tabela salarial.

Por reconhecimento a lei do piso nacional aplicado ao plano de carreira, tivemos a primeira proposta sólida do governo”, disse por telefone a coordenadora geral do Sinte Fátima Cardoso. De acordo com o Sindicato, o salário de um professor em início de carreira, é de R$ 739,00. O “complicador” na proposta, segundo Fátima Cardoso, é o prazo dado para os professores com salários acima desse valor.



A categoria reivindica ainda a tabela salarial que traz equivalência com profissionais da administração direta e administração indireta. Além da fixação de data para pagamento da primeira parcela do PCCS de 4.164 professores, em atraso desde janeiro, e a revisão dos pontos de carreira que estão paralisado, desde o ano passado. “Com o documento em mãos é que teremos uma definição”, disse a coordenadora. A assembleia geral, será às 14h30, na Escola Estadual Winston Churchill.



A secretária Betânia Ramalho ressaltou que em decorrência da aplicação do piso nacional no Plano de Carreira, ao final da implantação, o reajuste médio na rede estadual de ensino será de 34%. “Em 2007, 2008 e 2009 os professores fizeram greve e tiveram 0% de reajuste. Ano passado, resultou em 7,15%. E este ano daremos 34% de reajuste médio. Nenhum professor ganhará menos que o piso”. Quanto os professores temporários e horas suplementares, a secretária disse está saldando os débitos de 2010 e regularizando, até junho, em conjunto com o pagamento da folha estadual e com o pagamento dos estagiários, o referente a 2011.



A professora Betânia Ramalho lamentou o poder que a greve tem de interromper o ano letivo e impedir o acesso do aluno, principalmente aquele carente que busca sua ascenção social através da Educação e tem esse direito assegurado em lei tolhido. “Uma condição essencial para que se concretize a qualidade do ensino é o efetivo cumprimento dos 200 dias letivos, representando 800 horas de sala de aula”. A SEEC fará cumprir, de imediato, um plano de reposição de aulas.



Reunião com Sinai termina sem avanço



Depois de mais de quatro horas de discussão, a reunião entre o secretário-chefe do gabinete civil Paulo de Tarso e os representantes do Sindicato da Administração Indireta (Sinai), na tarde de ontem, terminou sem consenso para o fim da greve. O secretário apresentou como alternativa para não infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal que a estruturação os Planos de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) de diversas categorias, aprovados na gestão passada - lei número 432/10 – aconteça a partir de setembro, depois de avaliação financeira do segundo quadrimestre do ano. “Seja por resgate total da dívida ou fixado um cronograma de pagamento, no qual o impacto financeiro da implantação dos Planos de Carreira possa ser dividido em até quatro parcelas”.



A posição do governo, foi avaliada pelo presidente do Sinai Santino Arruda, como de “total desrespeito e descomprometimento” com o funcionalismo público e o servidor. “Esperar até setembro para ver como fica a situação? Isso não serve para quem está, a mais de um ano, esperando o cumprimento de uma lei conquistada pelos servidores e sociedade a muito custo”, rebateu o presidente do Sinai.



Outro ponto apresentado pelo governo foi a equiparação da jornada de trabalho para os servidores da Emater. Entretanto, a carga e a implantação serão definidas pelos representantes da categoria e a secretaria de Administração e Recursos Humanos.



As propostas serão levadas a debate em assembleias separadas, onde os servidores decidiram ou não pela continuidade das paralisações e se ingressaram com ação na Justiça para garantir o cumprimento do Lei de Planos de Cargos, Carreiras e Salários. Atualmente, quatro categorias da administração indireta estão com atividades suspensas: Detran, Junta Comercial, Emater e Fundação José Augusto.



Em greve há quatro dias, os servidores da Fundação José Augusto (FJA) se reúnem hoje, às 9h, na sede da Fundação. Às 10h30, os servidores do Detran – em greve desde o dia 25 – discutem as propostas na sede do Departamento. E ao meio-dia, os funcionários da Junta Comercial. Os servidores da Emater marcaram assembleia para a próxima quarta-feira.