segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Correndo na medida certa


        
Yuno Silva - repórter entrar em forma, perder peso e cuidar da saúde não são sinônimos de dietas rígidas ou fórmulas mirabolantes que privam as pessoas de certos sabores e deleites gastronômicos, tudo depende - basicamente - de duas coisas: força de vontade e reeducação alimentar. Praticar exercícios físicos também ajuda, e muito, e o ponta pé inicial para começar a mudança de hábitos pode ser dado na manhã deste sábado (15), às 7h30, horário marcado para a concentração da caminhada "Medida Certa" no largo da Ponte Newton Navarro Forte-Redinha. A participação é gratuita e a largada para o percurso de 4 km (ida e volta) será às 8h, e contará com a presença do jornalista e apresentador do programa "Fantástico" (TV Globo) Zeca Camargo.


Zeca Camargo comenta revolução do programa de 
emagrecimento via Fantástico
A iniciativa é um desdobramento do quadro "Medida Certa", do qual Zeca e a repórter Renata Ceribelli participaram. A dupla se submeteu, por 90 dias, a uma série de recomendações, restrições alimentares moderadas - traduzidas como reeducação alimentar -, e atividades físicas. A tal força de vontade ficou por conta não só da dupla, mas também do telespectador que acompanhou de perto o processo.

Como a repercussão do programa superou as expectativas da equipe de produção do programa, uma vez que há registros de pessoas por todo o Brasil que estão se esforçando para mudar de hábitos e sair do sedentarismo, a caminhada Medida Certa já estendeu seu alcance por 11 capitais do país e a passagem por Natal deverá ser um incentivo a mais para quem quer manter a saúde em dia e sob controle.

Ex-MTV e ex-comedor 'profissional' de panetone, Zeca Camargo conversou com a TRIBUNA DO NORTE sobre a repercussão do quadro "Medida Certa", a caminhada em Natal, alimentação, saúde, força de vontade e, claro, panetone. Confira a entrevista exclusiva:

Serviço:
Caminhada Medida Certa (4km), com Zeca Camargo.
Amanhã (sábado), às 7h30, no largo da Ponte Newton Navarro Forte-Redinha. Participação gratuita.

A Caminhada Medida Certa deixou de ser um projeto pessoal e passou a ser um modo de vida que você passou a compartilhar com as pessoas?

Zeca Camargo - É importante lembrar que o "Medida Certa" nunca foi um projeto pessoal. Não se cria um quadro de um programa apenas para que seus apresentadores fiquem mais magros. O compromisso do "Fantástico" é sempre com a conseqüência que as reportagens podem ter na vida de seus telespectadores. Nesse sentido, desde o início, desenvolvemos o quadro pensando em estimular as pessoas a levarem uma vida mais saudável - ou pelo menos terem a iniciativa de fazer alguma coisa diferente com relação à rotina de alimentação e exercícios. Com a enorme repercussão, acabou sim virando um movimento! Com as caminhadas, colocamos mais de 50 mil pessoas nas ruas de 11 capitais do Brasil para se movimentar. E tenho certeza de que Natal só vai somar a essa iniciativa neste sábado.

Tempos atrás, em um programa de TV, você declarou ser um dedicado comedor de panetones - tanto que costumava fazer festivais entre amigos durante o período natalino. Diante disso pergunto: existe ex-comedor de panetone? Continua degustando?

Ah! Boa! Sou um apaixonado por panetone sim... Mas não exatamente por doces. Ter diminuído significativamente a quantidade de doces nas refeições foi o menor dos sacrifícios. Continuo comendo de vez em quando, mas hoje é um complemento não uma "necessidade". E estou "contando os dias" para o Natal - para poder assim comer os panetones (e o rosbife da minha mãe também!).

Qual a melhor opção quando se quer evitar a compulsão por determinado alimento: reduzir gradualmente o consumo?

A própria experiência do "Medida Certa" me mostrou que nada precisa ser "radical". Tudo foi feito com equilíbrio e moderação. As quantidades em geral diminuíram bastante, mas eu continuei praticamente podendo degustar tudo. A única coisa que eu larguei de uma hora para a outra foi  refrigerante. Mas, até agora, não tive nenhuma crise de abstinência.

A reeducação alimentar é uma necessidade nesses tempos de fast food?

Diria mais, que é um "bem necessário". Não acho que devemos eliminar o "fast food" da nossa rotina - para o tipo de vida que levamos hoje, isso seria até inviável. O que não pode é isso ser sua única fonte de alimentação. Quando você não tiver opção, vá de "fast food" - mas lembre-se disso na hora de fazer exercícios!

Como tirar proveito da reeducação alimentar sem entrar em depressão?

Experimentei isso na pele... Não exatamente a "depressão", mas o mau-humor - que, como todo mundo me falou, é uma conseqüência "física" de uma redução de carboidratos na dieta. Nesses momentos é importante ter em mente que isso é apenas um período, que seu corpo está reagindo à supressão de coisas que ele estava acostumado a consumir - e que essa reação é natural. Depois de quatro, cinco semanas no máximo, seu corpo "entende" que essa é a nova realidade - e começa a reajustar seu funcionamento. E é aí que as coisas começam a melhorar.

Acredita que, de alguma maneira, esses tipos de alimentos viciam? Gordura e açúcar causam dependência?

Acho que a expressão "viciar" é um pouco forte. Mas eles criam uma espécie de dependência assim. O que é preciso lembrar é que foi você que "acostumou" seu corpo a eles. Então cabe a você mesmo fazer o caminho contrário. Como disse, ele vai reagir - mas sua força de vontade é maior.

Qual o resultado de sua participação ? Quantos quilos perdeu?

No final dos 90 dias, eu havia perdido 12 quilos de gordura - e ganho cinco de massa "magra" (ou muscular). No total, foram então sete quilos a menos. Todas as taxas de colesterol, açúcar no sangue, ácido úrico, que chamavam atenção no início do projeto, voltaram para a "média", ou ficaram abaixo dela. Vamos fazer uma nova medição até o final do mês, de olho na manutenção dessas conquistas. A proposta agora não é reduzir mais ainda, mas conservar o que foi conquistado.

Se sente melhor e pretende manter esse bem estar?

Os maiores benefícios - além dos estéticos, claro - estão na disposição e no bem estar. Não tenho mais preguiça para me mexer - e acho que essa foi a maior conquista. Durmo melhor, tenho mais disposição, e como melhor. É um quadro tão bom, que nem penso em voltar para o que era antes.

O desafio de participar do programa conferiu maior consciência na hora de se alimentar?

Eu já tinha uma dieta que, se não era ideal, pelo menos não era uma agressão ao meu corpo. Por conta disso, os ajustes na alimentação foram relativamente pequenos - e nada sacrificantes. Acho que a maior consciência surgiu com relação à atividade física. Eu não tinha exatamente uma vida sedentária, mas também não tinha uma boa regularidade nos exercícios.

Além da força de vontade e de exercícios, o que mais contribui para manter a forma (psicologicamente falando)?

O reforço das pessoas. Pela repercussão que o quadro teve, o Brasil todo estava torcendo - com humor, com atenção e com solidariedade. Da caixa do supermercado à aeromoça do avião, todo mundo estava ligado no que estava acontecendo, e para mim foi muito divertido ver como todo mundo se envolveu. Mesmo agora, as pessoas me abordam na rua ou perguntando como está a saúde (e a dieta!), ou então para me contar que por causa da série mudaram alguma coisa na sua vida, e, como conseqüência, já perderam dois, três, sete, 12 - ou mais! - quilos.

Vocês esperavam toda essa repercussão nacional quanto a mudança de hábitos alimentares?

Como disse, tínhamos uma expectativa de envolvimento, mas acabamos sendo conservadores nessa avaliação. A repercussão foi muito além das expectativas - e acho que isso tem a ver com o assunto dieta/saúde. Todo mundo ou já fez alguma dieta ou conhece alguém que já passou por isso.

Falta um empurrãozinho para o brasileiro cuidar melhor da saúde?

Acho que esse empurrãozinho deveria ser dado constantemente. Vivemos uma época em que essas mensagens, por mais positivas que sejam, acabam sendo muito diluídas na cacofonia da comunicação moderna.


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